segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O Grupo de Atividades Sociais de Rua - GAS de Rua















Esse projeto nasceu a partir da necessidade de se construir uma nova forma de atuar em Saúde Mental, forma essa que pactuasse com os princípios da Reforma Psiquiátrica, dos Direitos Humanos e que atuasse a partir de uma visão holística do ser humano e de clínica ampliada na saúde. Não é mais possível pensar em saúde de uma forma simplista e reducionista, querendo tratar o indivíduo de forma desvinculada de sua realidade histórica, social, econômica e cultural. As instituições de saúde, em especial os CAPS AD (Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas) precisam se movimentar, ir à busca de sua clientela, trabalhar a autonomia e a cidadania.
A ação foi desenvolvida no CAPS AD - Flor de Lótus, localizado em Santa Maria/ Distrito Federal/Brasil. Essa instituição foi criada a partir da Lei 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental e também da Portaria/GM nº 336/2002, que define e estabelece diretrizes para o funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial. Os CAPS AD realizam atendimento psicossocial de média e alta complexidade, de pacientes acima de dezoito anos, que sejam usuários de álcool ou outras drogas. O serviço acolhe tanto a demanda espontânea como demanda judicial. Atualmente atende uma região com área de abrangência de uma população aproximada de 600 mil pessoas.
Atualmente a instituição tem recebido pacientes com uma demanda muito peculiar, com alta vulnerabilidade social, que estão em situação de rua, com todos os seus direitos violados, desde moradia e alimentação até os direitos à saúde.
Chamou atenção especialmente alguns pacientes do CAPS AD que chegaram à instituição com uma grande história de violação de direitos e que tinham dificuldades de se ver como sujeito ativo em seu processo de reabilitação. Esses pacientes apresentavam uma dependência institucional, acreditando que a instituição e o governo precisariam resolver todas as suas demandas, que eles não tinham “poder” para atuar sobre sua própria vida. Além de tudo, se viam como indivíduos à parte dos problemas sociais, como se eles não fizessem parte e não tivessem nada para contribuir.
Surgiu então a ideia de realizar um grupo no qual eles desenvolveriam projetos focalizados na resolução dos problemas concretos para avançar em termos de inclusão social e no alargamento da cidadania por meio de ações coordenadas. Assim, no grupo Incubadora de Projetos, surgiu o projeto “grupo de atividades sociais de rua - GAS de rua”.
O “Grupo de atividades sociais de rua - GAS de rua” foi delineado com o objetivo geral de desenvolver a solidariedade, fortalecer as redes sociais e estimular o protagonismo social, a cidadania e a autonomia.

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