Esse projeto nasceu a
partir da necessidade de se construir uma nova forma de atuar em Saúde Mental,
forma essa que pactuasse com os princípios da Reforma Psiquiátrica, dos
Direitos Humanos e que atuasse a partir de uma visão holística do ser humano e
de clínica ampliada na saúde. Não é mais possível pensar em saúde de uma forma
simplista e reducionista, querendo tratar o indivíduo de forma desvinculada de
sua realidade histórica, social, econômica e cultural. As instituições de
saúde, em especial os CAPS AD (Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e
outras Drogas) precisam se movimentar, ir à busca de sua clientela, trabalhar a
autonomia e a cidadania.
A ação foi desenvolvida no CAPS AD - Flor de Lótus, localizado em Santa Maria/
Distrito Federal/Brasil. Essa instituição foi criada a partir da Lei 10.216/2001,
que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos
mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental e também da
Portaria/GM nº 336/2002, que define e estabelece diretrizes para o
funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial. Os CAPS AD realizam
atendimento psicossocial de média e alta complexidade, de pacientes acima de
dezoito anos, que sejam usuários de álcool ou outras drogas. O serviço acolhe
tanto a demanda espontânea como demanda judicial. Atualmente atende uma região
com área de abrangência de uma população aproximada de 600 mil pessoas.
Atualmente
a instituição tem recebido pacientes com uma demanda muito peculiar, com alta
vulnerabilidade social, que estão em situação de rua, com todos os seus
direitos violados, desde moradia e alimentação até os direitos à saúde.
Chamou atenção
especialmente alguns pacientes do CAPS AD que chegaram à instituição com uma
grande história de violação de direitos e que tinham dificuldades de se ver
como sujeito ativo em seu processo de reabilitação. Esses pacientes
apresentavam uma dependência institucional, acreditando que a instituição e o
governo precisariam resolver todas as suas demandas, que eles não tinham
“poder” para atuar sobre sua própria vida. Além de tudo, se viam como
indivíduos à parte dos problemas sociais, como se eles não fizessem parte e não
tivessem nada para contribuir.
Surgiu então a ideia de realizar um grupo no qual eles desenvolveriam
projetos focalizados na resolução dos problemas concretos para avançar em
termos de inclusão social e no alargamento da cidadania por meio de ações
coordenadas. Assim, no grupo Incubadora de Projetos, surgiu o projeto “grupo de
atividades sociais de rua - GAS de rua”.
O “Grupo de atividades sociais de rua - GAS
de rua” foi delineado com o objetivo geral de desenvolver a solidariedade,
fortalecer as redes sociais e estimular o protagonismo social, a cidadania e a
autonomia.
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